Com 26 anos, o escanção do Restaurante Fortaleza do Guincho, Ivo Peralta, é o vencedor do XVI Concurso Nacional de Escanções.
Ivo vai agora a Antuérpia, na Bélgica, em Março do próximo anopara representar Portugal no campeonato mundial Best Sommelier of the World.
“É um grande orgulho conquistar um prémio destes. Havia participantes muito mais experientes do que eu, e receber esta distinção ao lado de adversários que são tão bons profissionais deixa-me mesmo contente”, conta o jovem vencedor da competição promovida pela ASI — Association de la Sommellerie Internationale, que já no ano passado havia alcançado a segunda posição.
Ivo enfrentou várias provas, cronometradas e avaliadas. Desde, por exemplo, a recomendação de bebidas de aperitivo, ao serviço de vários vinhos com abertura de garrafa a fogo, passando ainda pela análise e correção de uma extensa e internacional carta de vinhos, pela harmonização de um menu (em apenas 5 minutos), e por uma prova onde teve que descrever exaustivamente cada referência que provou, com identificação da região de proveniência e da casta.
Ivo diz ter-se focado “nos vinhos servidos, na atenção ao detalhe e no pormenor e no serviço cuidadoso”, tal como faz diariamente no desempenho da sua função no restaurante Fortaleza do Guincho, detentor de uma estrela Michelin desde 2001. Representar Portugal na competição mundial será “um grande desafio e um motivo de orgulho”, confessa.
Ivo começou a trabalhar na restauração com apenas 15 anos, no restaurante dos pais, na Aldeia do Meco. Em 2013 entra na Escola de Hotelaria do Estoril e, no ano seguinte, estreia-se na Fortaleza do Guincho, num estágio de Verão.
Em 2015 passa pelo Eleven, em Lisboa, enquanto aprofunda conhecimentos sobre o ofício de sommelier, ao fazer o Curso de Escanções na Escola de Hotelaria de Lisboa. A paixão pelo vinho levou-o ainda à Grécia, onde concluiu o grau certified (1 e 2) do Court Of Master Sommelier. Em 2016, regressa à Fortaleza do Guincho, para ficar.
Para ele, um bom escanção tem que ter “muito foco, dedicação e tem que dispensar muitas horas ao estudo”, o que nem sempre é fácil: “num universo de um restaurante tão reconhecido como a Fortaleza do Guincho tem que haver muita dedicação. E isso tira-nos muitas horas, essenciais para acompanhar o que se está a passar no mundo nos vinhos. Mas o mais importante é ter gosto por aquilo que se faz”.
Fonte: Do Restaurante & Gourmet