Ricos em proteínas, vitaminas e minerais, os queijos podem trazer diversos benefícios para a saúde quando aliados a uma dieta balanceada. A variedade é grande e as opções nas prateleiras não param de crescer.
Pensando nisso, conversamos com Luiza Hegg, gerente de marketing da Tirolez, e Lucas do Carmo Silva, assistente de desenvolvimento de produtos da Scala, para trazer os principais tipos de queijo disponíveis no mercado e suas especificidades.
Antes de mergulhar no conhecimento dessas delícias, vale esclarecer alguns mitos, como ‘quanto mais mofado melhor’ ou ‘quanto mais amarelo, mais calórico’. “A quantidade de mofo não é um parâmetro que se aplica a todos os queijos, mas a alguns específicos.
Mesmo nestes, não é um indicativo de qualidade, mas parte de sua estrutura”, explica Luiza. “Já a coloração dos queijos se deve à adição de um corante natural, chamado urucum, durante o processo produtivo.
Então, não há o que comparar. O gorgonzola, por exemplo, é um queijo de massa branca assim como o frescal, mas sua quantidade de gordura é bem maior”.
1. Brie
O brie é originário da região que leva seu nome, à leste de Paris. Produzido com leite de vaca, tem casca aveludada e massa macia que pode variar do sabor suave ao intenso, dependendo do grau de maturação.
O responsável por essa casca branca, que deve ser consumida junto ao miolo, é o mofo Penicillium candidum.
2. Camembert
Queijo Camembert (Foto: Getty Images)
Muito parecido com o brie no sabor e no processo de fabricação, seu nome também se justifica pela origem, no vilarejo de Camembert, na região da Normandia, na França.
Em formato cilíndrico pequeno, tem casca branca aveludada, massa macia e sabor que pode variar do suave ao intenso, dependendo do grau de maturação. A principal diferença reside no formato, pois o brie é produzido em fôrmas cilíndricas grandes.
O queijo de coalho é um produto tipicamente brasileiro, suas origens remontam as instalações das primeiras fazendas no sertão nordestino em meados do século 18. Seu processo de fabricação resume-se na coagulação da massa através do uso exclusivo de coalho, daí o seu nome.
A coalhada é então cortada, coada, previamente prensada e salgada. Só então a massa é cortada e são aplicados os tradicionais palitos de madeira.
“Uma das principais características é sua resistência ao calor o que permite uma excelente performance ao ser assado ou grelhado em altas temperaturas.
Além de consumido puro, o queijo de coalho é consumido fatiado em forma de petiscos, em espetinhos e utilizados em inúmeros pratos tradicionais brasileiros, como no famoso prato nordestino Baião de Dois”, destaca Lucas.
4. Colonial
O queijo Colonial tem origem brasileira, mais precisamente, no Rio Grande do Sul. É um queijo com sabor suave, bem aromatizado, ótimo para acompanhamentos e tira-gostos.
Sua produção leva leite, corante natural de urucum, fermento e coagulante. Após a coagulação do leite, é realizado o corte da coalhada e a mexedura sob aquecimento, para o ajuste das características de textura do queijo.
Em seguida, os grãos são prensados em formas, dando formato e contribuindo para consolidar a textura de queijo, e colocados em salmoura, para dar ao queijo sabor.
O queijo permanece por cerca de 20 dias em uma câmara de maturação antes de estar pronto para consumo.
5. Cottage
Originário da Grã-Bretanha e difundido em todos os países de origem anglo-saxônica, o cottage era um queijo típico das vilas e aldeias inglesas. Acredita-se que o uso do nome queijo cottage começou em 1831, quando o queijo era feito em casas utilizando o leite que sobrava da produção da manteiga.
Possui sabor fresco, suave e levemente ácido. De textura macia e granulosa, é considerado um dos mais saudáveis e “magros” da categoria. “Ele é uma ótima opção para quem busca a manutenção do peso e o ganho de massa magra, pois é rico em proteínas.
Além disso, a caseína presente em sua composição faz com que a absorção dos nutrientes seja mais lenta pelo organismo, gerando saciedade por mais tempo”, reforça Luiza.
6. Cream Cheese
De textura cremosa, espalhável e sabor levemente ácido, o cream cheese é um queijo desenvolvido nos Estados Unidos no século 19, que vem sendo cada vez mais apreciado pelos brasileiros devido a versatilidade de seu consumo.
Produzido com leite pasteurizado, é fermentado para atingir seu sabor característico e delicioso aroma. Por fim, para atingir a textura ideal, o produto é submetido a homogeneização, etapa que garante consistência ideal para diversos tipos de aplicação, como pizzas, tortas e sushis.
7. Edam
Típico da Holanda, sua produção no Brasil começou em Minas Gerais. Tem sabor salgado, picante, com um toque adocicado. É consumido principalmente em tábuas de queijos acompanhando de frutas frescas, como pêra e uva, e também geleias ou frutas secas.
8. Emmental
Originário da Suíça, ele tornou a expressão “queijo suíço” mundialmente conhecida e possui características similares ao Gruyère. Com sabor suave e ligeiramente adocicado, agrada tanto os adultos quanto crianças. É o queijo essencial para o fondue e também pode ser consumido em molhos brancos, sopas cremosas ou como recheio de omeletes e tortas.
9. Estepe
Acredita-se que a origem do queijo estepe se deve aos dinamarqueses, que migraram no século X para as Estepes Russas e lá teriam começado a produzi-lo.
Possui sabor suave e amendoado, ligeiramente doce, motivo pelo qual combina com sabores salgados, como os de presunto e outros finos.
Por sua beleza e tamanho avantajado, geralmente feito em fôrma de 6 kg, o queijo estepe é presença obrigatória em mesas de queijos e vinhos.
10. Gorgonzola
Italiano, seu surgimento foi por volta do século 5 na região que leva seu nome, nos arredores de Milão. É um queijo conhecido por sua textura macia, seu sabor que vai de salgado, levemente amargo a picante, e sua coloração branca com linhas azuis e verdes.
Tais particularidades resultam da maturação, da adição do mofo e da perfuração da massa, que permite que o oxigênio adentre o queijo e o fungo cresça.
“O consumo de gordura por parte do fungo é convertido em compostos que dão a característica esverdeada e o sabor picante ao produto, além de contribuir para sua textura macia e levemente cremosa com a quebra de proteínas”, explica Lucas.
Na tábua de queijos, combina com sabores adocicados como uva, pera, figo, damasco, mel e Vinho do Porto. Em receitas, vai bem na salada com nozes, em sopas cremosas, risotos, patês e molhos de massas e carnes.
11. Gouda
Originário da parte sul da Holanda, ainda é um dos queijos mais importantes deste país, famoso no mundo inteiro e muito apreciado pelos brasileiros. Seu sabor suave e ligeiramente adocicado é excelente em combinações com frutas secas, vinho tinto, cerveja e até mesmo doces e compotas.
“Ele também pode ser utilizado como um substituto mais saboroso do queijo prato em lanches e sanduíches mais requintados. Por estar entre os queijos com maior índice de cálcio, é ideal para quem deseja prevenir doenças como a osteoporose”, destaca Luiza.
12. Meia Cura
Muito tradicional em Minas Gerais, o queijo Meia Cura possui sabor marcante, levemente ácido. Ele vai bem em diversas receitas e é o ingrediente principal do nosso amado pão de queijo.
“A adição de um soro fermento específico durante a produção leva à formação de uma coalhada lisa e uniforme, cortada e cozida ainda no tanque de fabricação. Após os processos de prensagem e salga, o queijo é maturado por 12 dias para que os microorganismos consumam parte dos nutrientes, definindo o sabor e aroma clássico do produto”, explica Lucas.
13. Minas padrão
O queijo minas padrão é tipicamente mineiro, mas seu consumo está enraizado na rotina dos brasileiros, do café da manhã à sobremesa, com o clássico Romeu e Julieta.
“A qualidade do leite é essencial para fabricação de um bom queijo minas, que matura por aproximadamente 20 dias embalado, permitindo que as enzimas presentes no queijo quebrem as proteínas e gorduras em moléculas menores, entre elas compostos voláteis de valor aromático, que conferem a textura macia e o característico aroma apreciados no produto”, explica Lucas.
14. Minas Frescal
De origem tipicamente brasileira, o queijo minas frescal, como o próprio nome já diz, é um queijo fresco, possuindo alta umidade, além de ser leve e suave. Para proteger o consumidor, deve ser preparado com leite pasteurizado, processo que mata microorganismos nocivos à saúde.
Em sua produção, o queijo passa pela coagulação, corte e salga. “Por ser um produto delicado e muito fresco, deve ser mantido na geladeira e seu prazo médio de validade é de 24 dias após a fabricação. Fica ótimo em sanduíches quentes e frios, e acompanha muito bem doces e compotas”, sugere Luiza.
15. Mussarela
Com origem italiana, o queijo mussarela popularizou-se no Brasil por sua textura macia, fatíavel e sabor realçado. Na produção, sua massa passa por um processo de derretimento e estiramento para modificar a estrutura do queijo, dando sua conhecida característica de elasticidade ao derreter. É amplamente utilizada em sanduíches, pizzas e diversos tipos de receitas culinárias.
16. Montanhês
Leva este nome por ser feito em larga escala na serra da Mantiqueira, em Minas Gerais. Este queijo possui um sabor mais suave que o parmesão por seu tempo menor de maturação – pelo menos 4 meses.
Harmoniza bem com vinhos suaves e frutas. Pode ser usado em tábuas de frios ou como aperitivo. “Uma dica é utilizá-lo como substituto do parmesão, salpicado por cima de legumes assados, tomates recheados e massas”, afirma Luiza.
17. Parmesão
O queijo parmesão surgiu no Vale do Pó, no norte da Itália. Feito a partir de leite devidamente pasteurizado e soro fermento inoculado, é transformado em queijo após um rápido cozimento, prensagem e um período de salga de 5 dias, que resultam em um queijo duro e de textura granulosa.
Sua classificação é feita a partir do tempo de maturação, começando de pelo menos 6 meses. “Seu consumo puro é ideal para acompanhar vinhos encorpados ou, no verão, cerveja. É indicado também para gratinar massas e outros pratos, e ralado para realçar o sabor de molhos”, lembra Luiza.
18. Prato
É um queijo brasileiro, desenvolvido por dinamarqueses que imigraram para o Brasil em meados de 1920 e construíram suas queijarias nas regiões do Sul de Minas e Campo das Vertentes/MG.
Conhecido por sua coloração alaranjada, devido à adição de urucum, ele é suave, frutado e ligeiramente adocicado, podendo ser consumido puro, ou em omeletes ou em lanches e sanduíches. “Durante sua fabricação, a massa é submetida a lavagem com água quente, reduzindo a quantidade de lactose do queijo e auxiliando a manter o sabor característico durante seu tempo de validade”, explica Lucas.
19. Provolone
De origem italiana, este queijo é um sucesso no mundo inteiro, pois seu sabor lácteo e defumado impressiona a maioria dos paladares. O diferencial em sua produção reside justamente na defumação, feita em câmaras especiais, e no processo de maturação mais longo que o normal.
“No caso do provolone, esse é um processo lento, que leva cerca de 60 dias. Durante esse período, o queijo permanece em ambientes com temperatura e umidades controladas”, explica Luiza. É possível degustá-lo de diversas formas:
puro, temperado, ralado, gratinado, na composição de molhos, em lanches e sanduíches, deixando as receitas mais saborosas. Por possuir um sabor marcante, pode ser servido com vinhos tintos encorpados mas, para nosso clima tropical, recomenda-se a degustação com cerveja.
20. Reino
Curiosamente, o queijo reino pode ser o mais brasileiro dos queijos. Transportado em barris utilizados antes para o armazenamento de vinhos, o queijo Edam passava meses cruzando o Oceano Atlântico antes de chegar ao Brasil. A longa viagem alterava sua maturação, e consequentemente, seu sabor e textura, dando lugar ao queijo “do reino” de Portugal.
Tem um sabor picante e uma textura firme que derrete na boca. “Quanto mais envelhecido, mais acentuado o seu sabor. É uma ótima pedida sozinho ou acompanhado. Pode compor recheios de pastéis, sanduíches quentes e frios, e até ser derretido sobre carnes e hambúrgueres”, sugere Luiza.
21. Sem lactose
Nos queijos sem lactose, a enzima lactase é adicionada durante o processo produtivo. Seu papel é quebrar o açúcar do leite em duas partículas menores, a glicose e galactose, possibilitando a digestão para àqueles que possuem deficiência na absorção de lactose.
Por este motivo, os intolerantes à lactose podem consumir o produto normalmente. O melhor de tudo é que praticamente não há diferença na textura ou no sabor dos queijos nessa versão.
Fonte: revistacasaejardim