Confira alguns hábitos que dão mais longevidade
Confira 5 dicas para inserir hábitos mais saudáveis no seu cotidiano e ter mais longevidade
Adotar um hábito e inseri-lo na rotina não parece ser uma missão fácil para muita gente. De uma maneira geral, as pessoas tendem a manter sempre o mesmo padrão de vida ou sobrevida. Mas o médico Fabio de Camargo Gabas, que atua em Medicina Integrativa e Preventiva, afirma que, atualmente, a Neurociência prova que o sistema nervoso, principalmente o cérebro, é plástico, ou seja, tem a capacidade de se reestruturar física e funcionalmente.
Assim, as conexões e circuitos cerebrais que determinam nossos padrões de pensamentos, emoções e hábitos podem ser modificados. Nesse sistema, a palavra mágica é não deixar as condutas no automático e estar consciente o máximo possível, e cada vez mais, a tudo o que se passa internamente, sempre com foco no seu objetivo de mudança.
E alcançar essa mudança não precisa ser um processo difícil ou doloroso, já que hábitos simples podem resultar em mais qualidade de vida e alguns ajudam a somar até sete anos na expectativa de vida.
Para dar o “start”, é preciso apenas reconhecer o fator limitante e saber o que deseja mudar. “É estar atento às reações que te incomodam e, sem julgamento ou crítica, dizer: “a-há! te peguei!” toda vez que elas emergirem em você!”, comenta Gabas, autor do livro Despertando Vidas e idealizador do programa de atenção primária à saúde de mesmo nome.
Para que uma ação se torne um hábito é preciso tempo: o que pode levar entre 3 e 12 semanas, até que os novos circuitos se estabeleçam.
O profissional, que atua há 20 anos nas cidades de São Paulo e Catanduva, diz que esse tempo varia de pessoa para pessoa, dependendo dos níveis de esforço e disciplina de cada um. “É como tocar um instrumento musical; se não houver dedicação, é impossível extrair a maravilha que um piano pode nos dar”, afirma.
DICAS
O médico Fabio de Camargo Gabas lista cinco hábitos simples que aumentam a expectativa de vida:
1) Aumente a ingestão de alimentos naturais ou minimamente processados
No lugar de alimentos processados, como açúcar, farinha de trigo, embutidos, enlatados, carnes processadas, refrigerantes, óleos hidrogenados entre outros, faça uso dos alimentos naturais. “Em outras palavras, descasque mais e desembale menos”, alerta. Esses alimentos processados citados estão entre os “top 10” causadores de câncer, juntamente com os agrotóxicos e os geneticamente modificados. Segundo o médico, se você identificou esses alimentos como algo que “todo mundo come”, vai entender o motivo que 50% dos homens e 42% das mulheres terão câncer ao longo da vida, segundo dados da OMS de 2016.
2) Faça algum tipo de jejum
Coloque o jejum na rotina, seja ele intermitente, em alguns dias da semana, ou jejum de 24 horas uma ou duas vezes por semana (permitido água, chás naturais ou café com algum óleo), o que melhor se adaptar. Segundo Gabas, as alterações metabólicas saudáveis, de longevidade e qualidade de vida que o jejum causa em nosso organismo são impressionantes, além de prevenir e auxiliar no tratamento de uma série de doenças crônicas, como diabetes, Alzheimer, doença cardíaca, hipertensão, obesidade, câncer, algumas doenças autoimunes, entre outras.
3) Faça atividade física regular, com variação da intensidade
Fazer atividade sempre de maneira linear, ou seja, mantendo a mesma frequência e intensidade, nos coloca numa zona de conforto com menos benefícios do que o “choque” da variação de ritmo. Oscile entre caminhar e correr ou correr e correr mais rápido, estimule outros grupamentos musculares, intervalando com aeróbicos, ou mesmo pratique esportes que já contemplem essa variação, como futebol, artes marciais, surfe, crossfit etc. Esse tipo de treino gera o efeito EPOC (consumo de oxigênio excessivo pós-exercício), que permite manter o metabolismo acelerado por até duas horas após o fim da atividade e queima de gordura mais intensa (after burn). “Além disso, estimula o eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal através do BDNF a enriquecer gordura branca (de depósito, indesejada) com mitocôndrias, transformando em gordura marrom (termogênica, desejada)”, detalha. Segundo o médico, outra coisa que faz isso é passar bastante frio. “Eu, particularmente, prefiro a primeira opção”, brinca.
4) Tome alguns minutos de sol conscientemente
E, de preferência, descalço, com os pés na terra, na grama ou na areia. O contato por, pelo menos, 30 minutos com o solo carrega os glóbulos vermelhos com elétrons negativos (carga negativa) que, portanto, se repelem entre si, reduzindo a chance de coágulos, dando estímulo antioxidante e anti-inflamatório ao corpo. “Se puder ter contato diário com flores, eu altamente recomendo, baseado em um belo trabalho que indica que esse contato fornece até sete anos a mais na expectativa de vida”, acrescenta Gabas.
5) Vigie e observe seus pensamentos, emoções e intenções
Faça uma vigia sem julgamentos, sem se identificar com as questões. “Você tem esses pensamentos, emoções e intenções, mas você não é isso”, lembra o profissional. Para esse exercício, comece a colocar a “luz da atenção” em cada coisa, o que só é possível vivenciando o presente, ou seja, cada momento de cada vez. “Isso é transformador!”, afirma o médico. De maneira consciente, a atenção plena ao momento ou a um determinado ponto é o que é chamado de meditação e essa prática deve se dar entre 30 e 60 minutos diariamente. “Este hábito certamente te trará maior clareza sobre o seu verdadeiro propósito de vida ou a razão pela qual nos levantamos todos os dias”, declara. Segundo ele, do ponto de vista científico, é sabido que, ao seguir um propósito que nos engrandece, aumentamos em sete anos nossa expectativa de vida.
Beber vinho é mais que um prazer
O vinho está na indicação de grande parte dos estudos relacionados à qualidade de vida. Recentemente, ele também esteve presente na pesquisa da médica Yabping Li, da Harvard T.H. Chan School of Public Health, em Boston, nos Estados Unidos.
A médica comprovou que ingerir uma taça da bebida por dia, por pessoas de meia-idade (período que vai dos 35 aos 58 anos) traz uma série de benefícios e pode prolongar a expectativa de vida em cerca de dois a três anos.
A advogada Sandra Mara Giovannini Britto Gentil, 58 anos, é adepta a esse hábito. Ela conta que a prática remonta gerações familiares, já que seu avô tomava uma taça de vinho em todas as refeições e proclamava os benefícios da bebida aos que se sentavam à mesa com ele.
Sandra diz que não existem regras para apreciar um bom vinho e que a moderação é o segredo. “Bebo vinho sempre que tenho vontade. Às vezes sozinha, outras acompanhada, mas é como um ritual, e uma taça é suficiente para nos dar o prazer que essa bebida proporciona”.
Para ela, o vinho indica um momento de oferecer prazer e relaxamento ao corpo e à mente. “Sabendo que, além disso, traz benefícios à saúde”.