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Dicas de harmonização para os vinhos GSM

Dicas de harmonização para os vinhos GSM

Quais combinações se encaixam com vinhos feitos com o blend de Grenache, Syrah e Mourvèdre?

O mundo do vinho costuma ter algumas siglas famosas, uma delas é GSM. Os não “iniciados”, em princípio, podem ficar um pouco confusos, mas essa sigla indica nada mais do que um vinho feito com blend de três uvas: Grenache, Syrah e Mourvèdre. Mas por que ele é famoso? Porque é o típico blend dos vinhos do Rhône, na França, onde essas três variedades são bastante comuns. E esse corte típico (como o corte bordalês – que mistura Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot, por exemplo) também acabou se espalhando pelo mundo.

Para propor harmonizações certeiras e ousadas com esse tipo de vinho, ADEGA convidou a sommelier Natália Cacioli, da importadora Evino. “Tenho um carinho especial pelos vinhos do Rhône: gosto do estilo mais encorpado, da textura em boca e principalmente da pimentinha da Syrah. Confesso que foi mais fácil sugerir as harmonizações ditas ‘ousadas’ porque elas fazem parte do meu dia a dia. Adoro inventar moda na cozinha ou simplesmente abrir um vinho bom quando dá na telha sem me preocupar muito com a combinação. E, no fim das contas, é quando mais dá certo”, revela. Veja então as sugestões:

Certeiras

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Filé grelhado ao molho de pimentas

Um belo exemplar de Côtes du Rhône casa bem com um filé grelhado ao molho de pimentas, o tradicional steak au poivre. É uma harmonização por semelhança, sem riscos: um entrecôte encara os taninos aveludados que a Grenache dá enquanto os aromas especiados do vinho e do molho se complementam.

Polenta mole com ragu de costela defumada

Aqui uma combinação seria de um vinho Châteauneuf-du-Pape com mais de cinco anos de safra. Para um vinho estruturado, é preciso de um prato à altura. E o defumado da costela combina perfeitamente com os aromas em evolução do vinho.

Ensopado de coelho ao molho de alecrim

Ensopado de coelho ao molho de alecrim e um Côtes du Rhône Villages vão fazer um ótimo par. Apesar das muitas comunas, os Villages têm em comum vinhos mais encorpados que os Côtes du Rhône. Por isso a escolha de uma carne de sabor mais acentuado. Dica de ouro: use um pouco do vinho na marinada do coelho.

acentuado. Dica de ouro: use um pouco do vinho na marinada do coelho.

Ousadas

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Talharim com molho pesto

Novamente vamos optar por um Côtes du Rhône para se juntar a um talharim com molho pesto. A harmonização segura para este prato seria com um Sauvignon Blanc ou um Vinho Verde, mas para as noites que pedem um tinto e um jantar rapidinho, essa combinação é ótima.

é ótima.

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Hambúrguer

Um vinho da região de Vacqueyras, dentro do Rhône, pode conversar bem com um hambúrguer artesanal. O vinho é incrível e a comida também: não tem como dar errado. Só evitaria molhos industrializados e investiria numa maionese bem temperadinha com alho e salsão.

Chocolate 70%

Saindo um pouco do Rhône e indo buscar um GSM de Barossa Valley, na Austrália, podemos pensar em uma harmonização com chocolate 70% de cacau. O GSM de Barossa costuma ter mais Shiraz no corte e alguma passagem em barricas de carvalho. Os aromas de especiarias doces, pimenta e fruta preta bem madura casam bem com a complexidade do chocolate. É tipo café bom sem açúcar e chocolatinho de menta: vai na fé.

O que é GSM?

GSM são os blends feitos a partir de Grenache, Syrah e Mourvèdre, clássicos da região de Côtes du Rhône. Nesse pedaço da França, os vinhos podem ter até 19 tipos de variedades diferentes (que os digam os famosos Châteauneufdu-Pape). No entanto, essas três castas é que costumam dar o tom dos vinhos da região.

Por que GSM?

A Grenache (ou Garnacha) tende dar mais leveza ao blend e também mais sabores de frutas vermelhas. Essa variedade costuma ser predominante nos vinhos do sul do Rhône. A Syrah (Shiraz) por sua vez é mais presente no norte (Hermitage e Côte Rotie) e tende a entregar sabores de frutas negras, além de notas clássicas como a de bacon. Já a Mourvèdre costuma ser usada como complemento, pois traz mais cor e estrutura (taninos) ao vinho, além de aromas florais.

Fonte: Revista Adega

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