Conheça os autores dos vinhos brasileiros que vêm surpreendendo o mundo todo
Por winesofbrasil.com
Hoje, a produção de vinhos finos no Brasil chega a 10.000 hectares de uvas Vitis vinifera, divididos principalmente entre seis regiões. São aproximadamente 150 vinícolas elaborando vinhos finos espalhadas pelo país. A indústria vitivinícola brasileira é formada ainda por cerca de outras 1.000 vinícolas, a maioria instalada em pequenas propriedades (média de 2 hectares por família), dedicando-se à produção de vinhos de mesa ou artesanais. Ao todo, entre variedades viníferas e comuns, a área coberta por vinhedos no país é de 89.000 hectares, em polos localizados de norte a sul. O país se consolidou como o quinto maior produtor da bebida no Hemisfério Sul e certamente é um dos mercados que cresce mais rapidamente no globo.
De A a C | Parte 1
Almadén
A história da Almadén demonstra um dos primeiros movimentos de internacionalização da vitivinicultura brasileira. Seu estabelecimento na região da Campanha foi resultado de um estudo da universidade UC Davis de 1973, que indicou a área como favorável para o cultivo da uva. O investimento que deu início ao empreendimento foi estrangeiro, mas logo ele foi identificado como um legítimo representante da vitivinicultura nacional. Desde 2009, a marca pertence à Miolo Wine Group, que lá cultiva 23 variedades. Ao mesmo tempo em que abriga algumas das videiras mais antigas do país, os parreirais foram modernizados para a produção de uvas de alta qualidade.
Aurora
O potencial produtivo e a tradição transformaram a Aurora em referência na vitivinicultura brasileira. Nascida na onda associativista que marcou o setor na década de 1930, a cooperativa reúne hoje mais de 1,1 mil famílias. Seu tamanho, no entanto, não compromete em nada sua agilidade. O numeroso catálogo da Aurora, com mais de 10 diferentes marcas, comprova sua versatilidade. Além dos vinhos e espumantes, a empresa se dedica à produção de suco de uva, um destino cada vez mais comum às uvas de mesa cultivadas por seus associados. Com sede no coração de Bento Gonçalves, cidade considerada a capital do vinho no Brasil, a vinícola é parada obrigatória a qualquer enoturista que visite a região.
Basso
O cultivo da uva faz parte da rotina dos Basso desde que eles migraram da Itália para o Brasil, no final do Século XIX. Ao longo do tempo, a cultura do vinho foi difundida e consolidada na família, que instalou videiras em pelo menos 10 cidades do sul do país e marcou presença em três regiões produtoras. A matéria-prima necessária para os 10 milhões de litros processados anualmente vem de 10 hectares próprios e 550 hectares de viticultores parceiros. Coordenar esse trabalho não é tarefa fácil, mas a vinícola conseguiu orientar seus fornecedores para a qualidade, resultando em vinhos reconhecidos por inúmeras premiações internacionais.
Campestre
Com altitude média em torno de 1000 metros acima do nível do mar, grande amplitude térmica e ótima exposição solar, os Campos de Cima da Serra estão virando ponto de convergência entre vinícolas interessadas em ampliar a produção de vinhos finos. E é exatamente nessa região que está instalada a Vinícola Campestre. Elaborando impressionantes 13 milhões de litros, a empresa vem aumentando sua presença no mercado de vinhos feitos com variedades vitis vinífera. Hoje já são 100 mil litros produzidos a partir dessas uvas. Parte de seu parque industrial também é ocupada com o processamento do suco de uva, que já soma 3,5 milhões de litros ao ano.
Campos de Cima
A produção em larga escala não é o objetivo da Campos de Cima. De seus 15 hectares de vinhedos localizados na Campanha Gaúcha, a empresa prefere extrair poucos vinhos, porém todos de alta qualidade. Essa política permite que ela se autodefina como uma vinícola boutique. Sua proposta é elaborar vinhos jovens, que ressaltem a tipicidade da região e as características de cada tipo de uva. Para isso, o cultivo da fruta no campo e o processo de vinificação sofrem a menor interferência possível. Fundada em 2004, a Campos de Cima segue buscando as variedades que melhor se adaptam ao terroir da Campanha oriental.
Casa Perini
A trajetória da Casa Perini pode ser tomada como exemplo do processo de modernização pelo qual passam muitas vinícolas brasileiras. A empresa tem mais de 40 anos, mas foi a partir de um reposicionamento estratégico na década de 1990 que ela ganhou posição de destaque no mercado nacional. Dinamização da gestão, identificação de tendências e, principalmente, qualificação dos produtos fizeram da Perini uma das marcas mais lembradas pelos brasileiros quando o assunto é vinho. Essa guinada incluiu ainda a compra de instalações de antigas concorrentes para o aumento da capacidade produtiva, que hoje totaliza 11 milhões de litros anuais.
Cave Geisse
Produzindo espumantes que frequentemente são listados entre os melhores do Brasil, a Vinícola Geisse surgiu a partir da busca do chileno Mario Geisse por um lugar que pudesse expressar todo o potencial da Serra Gaúcha para a elaboração de borbulhas. A procura terminou em 1979, quando ele encontrou os 22 hectares que a empresa hoje ocupa em Pinto Bandeira, distrito de Bento Gonçalves. A qualidade dos rótulos Geisse é construída a partir do cuidado com os detalhes, desde o sistema de controle térmico de pragas nos vinhedos até a definição dos cortes que vão compor cada safra. O perfil clássico de seus produtos conquistou paladares mundo afora, e em 2011 o Cave Geisse Brut 1998 foi escolhido pela crítica Jancis Robinson para abrir um painel sobre grandes vinhos fora de Bordeaux durante o Wine Future Hong Kong.
Fonte: BestWine