Reconversão de vinhas, expansão das adegas e enoturismo são as áreas principais de aposta da empresa duriense.
A Quinta do Crasto, propriedade centenária da família Roquette, vai investir cinco a seis milhões de euros nos próximos cinco anos. Um valor que acresce aos 3,7 milhões dos últimos anos. A prioridade é a reconversão de vinhas, mas, também, a expansão das adegas, centro logístico e requalificação de edifícios para enoturismo.
“Tivemos de substituir os telhados dos dois edifícios mais emblemáticos da propriedade, os lagares e a adega velha, e aproveitámos para os reabilitar e reposicionar. Nos lagares vamos criar uma zona muito ampla, que permita receber grupos maiores, e dar resposta a muitas das solicitações que íamos recebendo e que recusávamos por falta de espaço”, explicou o administrador Tomás Roquette ao Dinheiro Vivo.
A propriedade recebeu, em 2017, mais de 4500 visitantes, um novo recorde. Os turistas chegam “de todo o mundo”, mas em especial do Brasil, dos EUA, da Alemanha e de Inglaterra. E, cada vez mais, também, na chamada época baixa. Este segmento de negócio vale já 300 mil euros na faturação da empresa, só com as visitas à quinta, as provas, refeições e viagens de barco. Alojamento ainda não há. Mas o investimento vai, finalmente, avançar, embora não esteja, ainda, totalmente definido em que moldes. “Nunca a questão do alojamento na propriedade foi olhada com tanta atenção. Estamos a decidir se vamos construir uma unidade de raiz ou se vamos reabilitar dois edifícios que já existem. Gostaríamos de fazer quartos individuais e um apartamento, para uma família, mas são coisas que ainda estamos a definir”, refere o gestor.
Certo é que o enoturismo no Crasto tem hoje uma procura que é quase três vezes superior à capacidade de resposta da quinta. O estudo económico do projeto está já feito e é “bastante favorável”. Quanto ao investimento, Tomás Roquette admite que será sempre superior a um milhão de euros, mas que “não está, ainda, totalmente apurado”. E a prioridade imediata é a requalificação da adega velha e dos lagares, um projeto avaliado em meio milhão de euros. O objetivo é expandir a área de vinificação no Crasto, já que a empresa tem recorrido ao aluguer de um espaço à Taylor’s para fazer face às necessidades atuais.
O investimento em vinha também prossegue. A Quinta do Crasto conta com 200 hectares de vinha e a aposta tem sido na renovação. Este ano, a empresa está a reconverter 11 hectares, num investimento de meio milhão de euros. “Não queremos crescer mais em termos de área, procuramos, sobretudo, um acréscimo de qualidade. Temos margem para crescer, mas eu prefiro que isso se faça pelo preço médio do que pela quantidade”, sublinha.
Quanto a aquisições, Tomás Roquette garante que, se a empresa tivesse capacidade, a aposta passaria mais pela entrada numa outra região vitivinícola. “Sou um apaixonado pelos vinhos verdes, acho que é um produto único e fantástico… e pelos Açores”, diz. A empresa está “atenta às oportunidades” que possam surgir.
Fonte: Dinheiro vivo