A primeira rota de enoturismo do Douro cabe num bolso

A primeira rota de enoturismo do Douro cabe num bolso

A primeira rota de enoturismo do Douro chama-se All around Douro. A brochura reúne 16 quintas na região e está disponível em quintas, museus e hotéis da região Norte.

Este Verão, é mais fácil partir à descoberta do Douro. All around Douro – in the heart of the UNESCO wine region é primeira rota de enoturismo da região e foi apresentada esta quarta-feira, no Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.

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A iniciativa junta 16 produtores de vinhos, de algumas das mais emblemáticas quintas daquele território, que oferecem experiências de enoturismo nas margens do Douro e se localizam entre o Peso da Régua e o Pinhão. Entre elas, estão a Quinta do Vallado, a Quinta do Castro, Quinta dos Murças, Quinta da Marka, Quinta Nova Nossa Senhora Carmo, Quinta de la Rosa, Quinta do Bomfim, Quinta da Roêda, Quinta das Carvalhas, Quinta do Seixo, Quinta do Panascal, Quinta do Pôpa, Quinta do Tedo, Quinta Maria Izabel, Quinta da Casa Amarela e Quinta de Tourais.

A ideia surgiu em Janeiro, mas todo o grupo concorda que este roteiro devia existir há anos. “Todos nós viajamos. Vamos lá fora e todas as regiões vitivinícolas há anos que mostram coisas deste género”, justificou Paula Sousa, da Quinta Nova Nossa Senhora do Carmo. E assim foi.

O guia de bolso, inteiramente em inglês, assume-se como um cartão de visita da região e a primeira materialização deste esforço conjunto. No desdobrável, os turistas podem encontrar uma breve apresentação das quintas que integram o projecto, os horários das visitas e provas de vinhos, serviços de restaurante ou alojamento disponíveis, bem como informação sobre acessos, ora por estrada, comboio, barco ou helicóptero. A All around Douro vai estar disponível em quintas, museus, postos de turismo, hotéis, garrafeiras e restaurantes de toda a região norte.

Para Cláudia Ferreira, da Quinta do Vallado, a rota de enoturismo é um instrumento de apoio fundamental. “A estadia média dos visitantes é de dois dias. Um deles é passado na nossa quinta, mas é preciso ter outras propostas para recomendar e não existia sequer um documento completo onde as quintas estivessem identificadas. Muitas vezes tínhamos de pegar num papel, escrever o contacto das quintas e fazer este trajecto”, explica.

Stéphane Ferreira, da Quinta do Pôpa, concorda. Nos postos de turismo, não faltam folhetos, mas cabia ao turista montar o puzzle. Este roteiro chega como um “facilitador”. “É preciso pensar fora da caixa e comunicar para vários grupos, para as pessoas permanecerem mais tempo no Douro e para se gastar mais dinheiro no Douro. É preciso criar condições gerais para que as pessoas tenham vontade de ficar e que não seja apenas pelo vinho”, nota.

Ana Rodrigues, da Quinta do Bomfim, assegura que o guia de bolso prolonga a estadia dos turistas, que ao folhear a brochura gratuita percebem que têm mais programas e quintas para visitar.

A apresentação do projecto foi seguida de um debate, que se debruçou sobre a importância do enoturismo para a afirmação de um território. Na sessão participaram António Fontainhas Fernandes, reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), José Silva Peneda, presidente do Conselho Geral da UTAD, e Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto.

Ao grupo, o reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro lançou o convite para trabalhar em conjunto com os investigadores João Rebelo e Alexandre Guedes, de forma a compreender as necessidades do Douro vinhateiro e suportar a estratégia apresentada.

Silva Peneda, presidente do Conselho Geral da UTAD, reforçou a abertura da instituição para integrar a iniciativa e deixou uma mensagem optimista: “Quem gere as quintas hoje são pessoas na casa dos 40 e 50 anos, com entusiasmo, com ambição e com confiança, que conhecem muito. Isto é uma razão para sermos optimistas em relação ao Douro”.

O vice-presidente da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte, Ricardo Magalhães, defendeu a necessidade de “graduar o esforço de investimento, de conhecimento e de ordenamento”, na delineação de um plano de acção.

“Em nome da comissão, assumo o compromisso de nos sentarmos todos à mesa para tentarmos perceber as dinâmicas ou a falta delas e tentar graduar, no espaço e no tempo, investimento, conhecimento, redes e sistemas”, garantiu.

Coube a Manuel Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, terminar o debate, felicitando a iniciativa na “região demarcada e regulamentada mais antiga do mundo”, que considera um “excelente exemplo de organização e de agregação de vontades”.

 

Fonte: Publico

 

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