Qualidade da uva colhida durante a Vindima 2018 se equipara a 2005 e 2012.
Foto: Gilmar Gomes.
Depois de um 2016 de grandes perdas, onde a colheita foi consideravelmente menor em quilos do que a média esperada, de um 2017 onde a quantidade de uvas atingiu expectativas, porém a qualidade manteve a média, chegou à vez de 2018 surpreender: uma colheita menor em quantidade, mas com destaque pela qualidade das uvas. Oficialmente encerrada após três meses de colheita, a Vindima 2018 trouxe a certeza sobre a qualidade dos cachos e a possibilidade de elaboração de grandes vinhos.
Os amantes do vinho já sabem que o cultivo da uva depende de inúmeros fatores. A qualidade e as características da terra onde os vinhedos são cultivados, o trabalho diário do agricultor e o clima nas quatro estações do ano são influências importantes. Ao findar de cada colheita já iniciam os trabalhos de preparo para a nova safra que será realizada no ano posterior. Que nossas terras são propícias para o cultivo e o saber fazer de nossa gente, já não se discute. O clima é o grande desafio para o cultivo local em função de a natureza ser imprevista apesar da tecnologia avançada. Em relação ao tema, o desenvolvimento desta safra teve temperaturas bem divididas: noites frescas e dias quentes, inverno equilibrado e a antecipação da primavera. Apesar de picos de chuva em janeiro deste ano, elas não foram suficientes para influenciar de forma significativa. As cores e aromas foram intensificados e a doçura contribuirá para a elaboração de vinhos ícones com graduação mais elevada.
Atendendo as expectativas dos enólogos das 23 vinícolas associadas a Aprovale, vinhos incríveis levarão o ano de 2018 a galeria das grandes safras de vinhos ícones. Segundo o diretor técnico da Aprovale e presidente do Conselho Regulador da Indicação Geográfica Vale dos Vinhedos, Daniel de Paris “a safra foi excelente, com uvas super maduras, de maturação fenólica muito boa e que originarão vinhos estruturados de altíssima qualidade”.
A tendência é que os rótulos tradicionalmente elaborados venham com qualidade ainda mais elevada e que os vinhos lançados apenas em safras especiais sejam reeditados em 2018. Os primeiros a chegarem ao mercado serão os brancos e espumantes, no segundo semestre do ano. Os tintos levam um tempo maior de maturação e levam mais tempo para serem lançados, mas a espera valerá a pena.
A qualidade da safra e a Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (D.O.V.V.)
O Vale dos Vinhedos é a única Denominação de Origem para vinhos no Brasil e suas regras são bastante específicas, principalmente quanto aos cultivares autorizados e produtividade por pé e hectare. A qualidade dos produtos inscritos também é avaliada por um corpo especializado de degustadores. Ao adquirir um vinho com D.O.V.V., o consumidor leva pra casa um vinho com as características únicas do Vale dos Vinhedos e a certeza de qualidade.
O processo de avaliação dos vinhos acontece sempre em setembro de cada ano e a expectativa para grandes safras, a exemplo de 2012, ano em que a D.O.V.V. foi oficialmente reconhecida pelo INPI, é de cerca de 20 amostras inscritas.
O processo da D.O.V.V. evoluiu ano a ano e, após 5 anos de reconhecimento e trabalho de internalização do conceito, o número de amostras aumentou. Em 2018 a expectativa decorrente da qualidade da safra, é de mais de 25 amostras inscritas por mais de 12 vinícolas.
As regras completas para a para a D.O.V.V. podem ser conferidas no site do Vale, neste link: http://www.valedosvinhedos.com.br/vale/conteudo.php?view=98&idpai=132
Fonte: Vale dos Vinhedos