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Especial Uvas Italianas – Capítulo 2

Especial Uvas Italianas – Capítulo 2

O Nascimento da Cultura Vitivinícola na Itália

No primeiro capítulo deste Especial Enovírtua Uvas Italianas, tivemos uma breve visão da história da uva e da vinha desde os seus primórdios. No presente capítulo, abordaremos o nascimento da cultura e produção de vinhos na Itália.

2.1 — História da Itália
Para que tenhamos uma noção sólida de como surgiu a viticultura na Itália, é preciso que conheçamos um pouco de sua história, já que o aparecimento do vinho está intimimamente ligado ao sugimento das grandes civilizações e impérios.

A Itália é um país da Europa meridional que faz fronteira ao norte com França, Suíça, Áustria e Eslovênia, cujo território principal forma uma península no mar Mediterrâneo e inclui duas grandes ilhas, a Sicília e a Sardenha. Sofreu, historicamente, a influência de etruscos, gregos e celtas antes de ser unificada em 262 a.C. pelo domínio romano. Roma continua a ser a capital da Itália até hoje. O nome Itália vem da Roma antiga. Os romanos chamavam de Itália o sul da península Itálica ou Apenina, que significa “terra de bois” ou “terra de pastos”.

A Itália influenciou bastante o desenvolvimento cultural e social de toda a Europa mediterrânea, bem como teve muita influência sobre a cultura europeia, pois importantes culturas e civilizações existiram no país. No terceiro milênio a.C., foi povoada por populações mediterrâneas que ali se estabeleceram com o nome de lígures (na península) ou sicanos (na Sicília). No segundo milênio a.C., com as migrações indo-europeias, instalou-se uma civilização específica, dita “dos terramares“, na planície do ; os últimos a chegar, os vilanovianos, praticavam a incineração e faziam uso do ferro. Em aproximadamente 1 000 a.C., dois grupos itálicos (ou italiotas) constituíram o cerne da população da Itália. No século VIII a.C., os etruscos instalaram-se entre o Pó e a Campânia, dominando a região central da península Itálica durante séculos; os gregos estabeleceram colônias e postos comerciais na Sicília e na costa meridional da Itália (Magna Grécia). No século IV a.C., os celtas ocuparam a planície do Pó. A civilização etrusca conheceu seu apogeu nos séculos VI e V a.C.

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Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_It%C3%A1lia

2.2 — O surgimento da viticultura na Itália

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Não se sabe ao certo quando teve início a viticultura italiana; os primeiros testemunhos na Itália do Norte remontam ao século X a.C, em Emilia. É certo que a vinha está atualmente difusa em mais de 40 países do mundo, ainda que mais da metade da produção mundial se concentre na Europa, sobretudo na Espanha, França e Itália.

Emilia Romagna nos dias atuais
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No coração do Mediterrâneo, sempre por volta dos séculos XII e XIII, a produção e elaboração da uva tinha início na Sicília com sua viagem através da Europa, difundindo-se primeiramente entre os Sabinos e depois junto aos Etruscos, que se tornaram hábeis cultivadores e vinificadores e ampliaram o cultivo da uva até a planície de Padana. Junto aos antigos Romanos, a elaboração da uva em vinho assumiu uma notável importância somente depois da conquista da Grécia. O destaque inicial se transformou em um tão grande amor a ponto de inserir Bacco no rol dos deuses e de promover a viticultura em todas as províncias do Império Romano.

Rotas comerciais no Império Romano
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Deus Bacco – Pintura de Michelangelo e Caravaggio
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O nascimento do Cristianismo e a consequente queda do Império Romano marcaram um período de trevas para a uva e o vinho, este último acusado de induzir à embriaguez e ao prazer efêmero; a isso se somou a difusão do Islamismo no Mediterrâneo, entre 800 e 1400 d.C., com a supressão da viticultura em todos os territórios ocupados. No entanto, foram os próprios monges daquele período, juntamente com as comunidades hebraicas que continuaram, quase que de maneira clandestina, a viticultura e a prática da elaboração da uva para produzir vinhos e usá-los em rituais religiosos. Em todo caso, foi necessário esperar o Renascimento para reencontrar uma literatura que devolvesse ao vinho o seu papel de protagonista da cultura ocidental e que exaltasse suas qualidades.

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No século XVII se aprimorou a arte dos toneis, que eram menos custosos que as garrafas e se difundiu o uso das rolhas de cortiça, que contribuíram para a conservação e transporte do vinho, favorecendo desse modo sua comercialização.
No século XIX, vimos consolidar-se a distinta e extraordinária posição que a uva e o vinho ocupam na civilização ocidental. À tradição camponesa inicia-se uma associação de ilustres estudiosos que se preparam para a elaboração de uvas e vinhos de qualidade cada vez maior.
Neste capítulo, fizemos uma breve incursão na história da Itália e no início de sua arte na elaboração de vinhos.

Com esse conhecimento em mãos, estamos melhor preparados para abordamos especificamente o grande rol das Uvas Italianas. Até lá!

 

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