História da Garrafa do Vinho – parte 3/3!

História da Garrafa do Vinho – parte 3/3!

 

As garrafas de vinho são frequentemente coloridas (em sua maioria esverdeadas, às vezes em tons amarelados quase marrons, denominado de cor de folha morta). Os habitantes de Champagne se inclinaram para os efeitos da garrafa sobre o vinho e descobriram que o precioso líquido se conserva melhor em um vidro escuro, o qual filtra mais os raios ultravioletas do sol, nocivos ao envelhecimento do vinho. Em contrapartida, um vidro colorido torna mais difícil a apreciação da cor pelo consumidor. É por esse motivo que os rosés, que não são destinados para guardar, são normalmente vendidos em garrafas transparentes. Existe uma exceção à regra do vidro colorido: os Sauternes. Apesar de destinados à guarda, os vinhos de Sauternes são engarrafados em vidro claro. Não há nenhuma explicação para isso a não ser o respeito a uma tradição centenária.

 

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A forma das garrafas é hoje relativamente padronizada na maior parte dos países. Dessa forma, os vinhos Chardonnay do mundo inteiro são colocados em garrafas do tipo “bourguignonne”, ao passo que os rieslings são armazenados em receptáculos mais alongados como o de estilo “alsacien”. A forma das garrafas pode fornecer, nos dias atuais, uma indicação sobre o estilo do vinho. Por exemplo, os produtores do Rioja engarrafam sempre seus vinhos à base de grenache em receptáculos de forma “bourguignonne”, ao passo que os vinhos de tempranillo, destinados a um longo envelhecimento, são contidos em frascos de forma “bordelaise”. Numerosos produtores se utilizam também das garrafas como apelo comercial. Desse modo, os produtores do Châteauneuf-du-pape utilizam um frasco colocando nele os brasões de armas da comunidade.

As garrafas contemporâneas possuem um fundo liso ou oco. Quando o fundo for oco, fala-se de pique ou culatra da garrafa. A maioria das garrafas de Champagne ou de outros vinhos efervescentes possuem um pique profundo, pois segundo os métodos de vinificação tradicionais, as garrafas de efervescentes são postas de cabeça para baixo, isto é, colocadas com o gargalo para baixo, umas sobre as outras. Os vinhos tranquilos (sem bolhas) não precisam ser estocados em garrafas com pique; todavia, a maioria das garrafas contemporâneas possuem um fundo oco porque isso dá a impressão que um recipiente de 750 ml tem uma capacidade maior. A vantagem mais evidente de um pique profundo é o de oferecer uma melhor pegada para o serviço do vinho, o polegar encontra apoio nele.

Hoje em dia, o vidro não tem mais o monopólio como material para armazenar o vinho. Encontra-se, cada vez mais no mercado, vinhos engarrafados em recipientes de plástico que imitam o vidro ou então em Tetra Pak, este último baseado no pigmento do leite que seria, de acordo com seus criadores, mais ecológico. Seria o fim da boa e velha garrafa de vidro para guardar o vinho? Somente a História o dirá, por enquanto a garrafa de vidro conserva toda sua nobreza e sua relação privilegiada com a bebida de Baco.

Fonte:  http://bacchuseriesdemariefrance.com/2010/10/26/breve-histoire-de-la-bouteille-de-vin/

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Agora com um conhecimento mais amplo sobre a garrafa, você se dará conta de que sua capacidade de apreciar um bom vinho se tornará ainda maior, uma vez que novas informações contribuirão para seu cabedal de experiências neste mundo fascinante. Da próxima vez que for comprar ou escolher uma garrafa de vinho, esse novo saber lhe virá à mente tornando o momento da seleção do vinho ainda mais especial e ricamente detalhado.

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