Produzir um vinho tinto de boa qualidade requer conhecimentos, boa matéria-prima e muito trabalho. Saiba como produzir um vinho tinto de qualidade superior e delicie-se com o resultado final.
A importância das uvas
O sabor do vinho tinto depende da qualidade das uvas. Para se produzir um vinho tinto de qualidade superior devem apenas utilizar-se uvas no estado ideal de maturação.
A maturação das uvas é determinada pela experiência do viticultor, e também mais modernamente através de análises sensoriais realizadas nas adegas.
Uvas consideradas não maduras o suficiente devem ser desprezadas, assim como todas aquelas que não se apresentarem nas melhores condições. Mesmo que a vindima tenha corrido muito bem, e que as uvas estejam no ponto considerado ideal, bastam algumas delas de classe inferior para estragarem o paladar de toda a produção de vinho obtida.
Daí ser muito importante dedicar toda a atenção ao processo de seleção e escolha das uvas a incluir no fabrico do vinho. O vinho tinto quer-se com gosto aveludado, encorpado e qualquer traço de acidez exagerada prejudicará o resultado final.
O processo de maceração
Após serem escrupulosamente selecionadas, as uvas escolhidas são bombeadas para lagares aonde permanecem para macerarem durante 3-4 dias, no caso dos vinhos brancos e rosés, e um pouco mais de tempo no caso do vinho tinto.
Durante este processo o mosto ganha cor, sabor e taninos adicionais. A maceração pode ser feita em lagar aberto num pisador, ou em cubas aonde o mosto é bombeado de baixo para cima misturando-se de forma regular e gradual.
A decantação e a fermentação
A fermentação do vinho tinto dá-se depois do processo de maceração e é nesta fase que se adiciona levedura seca ativada ao mosto. É a levedura que vai fazer a distinção entre vinho e sumo de uva, transformando o açúcar das uvas em álcool devido à ausência de oxigénio e através da fermentação. A seguir procede-se à decantação do vinho para que sejam eliminadas as partículas indesejadas.
A maturação
Após ter sido limpo de películas e de grainhas, o vinho entra na primeira fase de maturação e é armazenado em depósitos de inox ou barricas de madeira.
O vinho tinto tem muito a ganhar sendo armazenado em barricas de madeira, pois o seu sabor, cor e textura são enriquecidos e a sua qualidade potenciada. A qualidade do vinho tinto vai depender também da qualidade da madeira aonde for armazenado sendo que o carvalho é uma das madeiras mais benéficas para este processo de maturação.
Fermentação maloláctica
O vinho tinto quando é introduzido no depósito escolhido passa a ser submetido à fermentação maloláctica, processo durante o qual o ácido málico presente no mosto é transformado num suave ácido láctico.
É nesta etapa da produção que se amacia o paladar e se proporciona o sabor e o aroma característicos deste tipo de vinho. Após o período considerado ideal para se dar a fermentação, o vinho é submetido a testes de qualidade que determinam se o preparado está já em condições de passar à fase seguinte de produção.
A prova do vinho
Assim que o vinho se encontra devidamente fermentado ele é submetido à prova, onde será filtrado até que todas as partículas em suspensão, até as mais pequeninas, sejam devidamente eliminadas através de um crivo de filtros que se vão estreitando até à filtragem final.
Nessa altura o vinho tinto é considerado “límpido” e o seu paladar, textura e aroma são comprovados para que a sua qualidade superior possa ser certificada.
O engarrafamento do vinho
O processo de engarrafar o vinho é outro dos fatores determinantes para o sucesso. À medida que o vinho é preparado para ser engarrafado é preciso que se previna a fermentação indesejada na garrafa, por isso há que fazer uma última filtração.
As garrafas têm de ser lavadas e esterilizadas com azoto que lhes retira o oxigénio e impede a oxidação do vinho. As garrafas devem ser cheias com vinho até 1 cm abaixo da linha onde tocar a rolha.
Depois de cheias, as garrafas são rolhadas com rolhas naturais ou aglomeradas. Após este processo o vinho tinto segue para estágio em caves.
O envelhecimento
O vinho tinto necessita de envelhecer já depois de engarrafado para que a sua qualidade seja melhorada. O processo de armazenamento e de envelhecimento é natural e gradual e só depois de concluído é que o vinho tinto terá adquirido todo o seu potencial de aroma, textura, cor e sabor.
O período de envelhecimento do vinho tinto costuma ser feito em caves subterrâneas, sob temperaturas controladas e durante 6 meses a 2 anos.
Rotulagem e lançamento no mercado
Assim que o vinho atinge o limite do seu tempo de envelhecimento é retirado das caves, as garrafas são rotuladas e o precioso líquido pode finalmente ser lançado no mercado a fim de se comercializado, e fazer as delícias de todos os bons apreciadores.
A obtenção de um vinho tinto de qualidade superior depende pois de fatores de diversa ordem. Desde a excelência das uvas à eficácia da mão-de-obra, passando pelos meios tecnológicos que a produção moderna de vinho não dispensa e até à fase final onde a estética também tem uma palavra a dizer, o vinho tinto percorre um longo caminho até aos nossos copos.
Fonte: clubedevinho