Embora simples, essa é uma dúvida muito comum e que causa certa confusão na hora de selecionar um vinho para compra e consumo. Algumas observações fundamentais são passadas por meio do rótulo do vinho. No entanto, é preciso saber compreender essas informações. Apenas o formato da garrafa e a sofisticação do rótulo não são o suficiente para determinar a sua escolha. É preciso estar atento a todos os aspectos e características de um bom vinho. Muito disso vem expresso e identificado nos rótulos que atuam como uma espécie de RG do vinho.
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O rótulo é a certidão de nascimento do vinho.
Para saber exatamente o que você está comprando, é fundamental entender as principais informações contidas nele.
Desta forma, você minimiza as chances de adquirir um produto que não corresponda às suas expectativas.
Neste artigo veremos rótulos de vinhos de diferentes regiões, alguns mais simples e outros mais complexos, todos com informações fundamentais para escolha de um bom vinho.
Continue lendo para aprender a fazer a correta leitura de um rótulo de vinho e nunca mais fique confuso na hora da compra.
Dois tipos básicos de rótulos de vinho
Basicamente, são dois os tipos de rótulos de vinho que podemos encontrar:
1) Rótulos de vinhos do novo mundo:
Destacam principalmente o nome do vinho e a(s) uvas(s) que o compõem (Merlot,Cabernet Sauvignon, Chardonnay, entre outras).São comuns em vinhos de países como o Brasil, Argentina, Chile, África do Sul, Estados Unidos, Austrália, entre outros.
2) Rótulos de vinhos do velho mundo:
Destacam o produtor e a região onde as uvas foram cultivadas (Bordeaux, Champagne, Rioja, Chianti, entre outras).São comuns em vinhos de países como a França, Itália, Espanha, Portugal, entre outros.
Principais informações encontradas em rótulos de vinho
A seguir você verá diferentes rótulos de vinhos do novo e velho mundo, onde destaco os termos mais comuns encontrados nestes rótulos.
Nome do vinho
O nome geralmente ganha grande destaque no rótulo, principalmente em vinhos do Novo Mundo.
Muitas vinícolas possuem diversas linhas de vinhos e, para melhor identificá-las, cada linha recebe seu próprio nome.
A vinícola chilena Concha y Toro, por exemplo, possui os vinhos Don Melchor, Marques de Casa Concha, Casillero del Diablo, entre outros.
Nome do produtor
O nome do produtor muitas vezes aparece com destaque.
Ele pode ser uma grande empresa ou uma pequena vinícola familiar.
Alguns produtores não dão um nome específico aos seus vinhos, utilizando apenas o nome da própria vinícola, muitas vezes seguido pelo nome da uva e safra.
Variedade (s) de uva(s)
Muitos vinhos (principalmente do novo mundo) apresentam no rótulo uma ou mais uvas que foram utilizadas em sua produção.
Isto ajuda o consumidor a ter uma noção do estilo e sabor do vinho que está comprando,além, é claro, dos pratos que podem harmonizar com ele.
Quando o vinho é produzido com apenas uma variedade de uva (ou uma grande porcentagem dela)é chamado de vinho varietal.
Se produzido com duas ou mais uvas, é nomeado como vinho de corte ou assemblage.
Para entender melhor, leia o artigo completo sobre os vinhos varietais e vinhos de corte.
Região de origem
A região onde o vinho foi produzido ganha mais destaque em rótulos de vinhos do velho mundo, onde indica, muitas vezes, a qualidade superior de um vinho.
Algumas regiões são conhecidas por terem o clima e solos propícios para o cultivo de determinadas uvas, como no caso da região de Chablis, na França, famosa pela produção de brancos da uva Chardonnay, ou Bordeaux, conhecida pelos seus tintos a base de Cabernet Sauvignon e Merlot.
Além da região de origem, muitos vinhos dão destaque às sub-regiões – áreas menores com solos e microclimas de características particulares que encontram-se dentro de regiões maiores. Um exemplo, é a comuna de Saint-Émilion, em Bordeaux, na França.
Geralmente, quanto mais específica a origem das uvas, podendo ser uma sub-região ou até mesmo um determinado vinhedo, mais refinado o vinho e maior o seu preço.
Safra
A safra indica o ano em que as uvas foram colhidas.
É uma informação muito importante, já que alguns vinhos podem melhorar com o tempo, enquanto outros perdem suas melhores características.
De modo geral, a maioria dos vinhos brancos e rosés devem ser consumidos dentro de 2 ou 3 anos, enquanto a maioria dos tintos em até 5 anos.
Existem também os vinhos de guarda, aqueles que podem evoluir por muitos anos e até mesmo décadas.
Os vinhos que não apresentam a safra no rótulo, como a maioria dos vinhos espumantes e vinhos do Porto, são aqueles produzidos com uvas colhidas em diferentes anos.
Denominação de origem
É uma espécie de selo de qualidade concedido por instituições governamentais de diversos países, principalmente do velho mundo.
A certificação garante que o vinho foi elaborado dentro de uma região delimitada, respeitando todas as regras de produção impostas a esta região.
Vinícolas que adquirem o selo têm sua reputação elevada e o consumidor ganha, pelo menos em teoria, a garantia de aquisição de um produto de qualidade.
Algumas Denominações de Origem mais comuns em rótulos de vinho são:
• AOC – Appellation d’Origine Contrôlée (França)
• DO – Denominación de Origen (Espanha) e Denominação de Origem (Brasil)
• DOC – Denominação de Origem Controlada (Portugal) e Denominazione diOrigine Controllata (Itália)
• DOCG – Denominazione di Origine Controllata e Garantita (Itália)
• QBA – Qualitätswein Bestimmter Anbaugebiete (Alemanha)
Maturação e envelhecimento
Vinhos que tiveram algum cuidado especial durante a colheita, seleção de uvas,vinificação e que passaram por algum período de amadurecimento em barris de carvalho e envelhecimento na própria garrafa, geralmente estampam em seus rótulos os termos Riserva, Reserva e Gran Reserva.
Entretanto, a utilização dos termos não é igual em todos os países, já que apenas regiões vinícolas da Espanha e Itália possuem regras específicas para utilização das nomenclaturas.
Os demais países vinícolas não estão proibidos de utilizar os termos, porém, como nãoexiste nenhuma regulamentação fora da Espanha e Itália, muitos produtores os utilizamsem muito critério.
Já o termo Reservado não quer dizer absolutamente nada.
Os vinhos que carregam este título são, na maioria das vezes, vinhos de entrada de muitas vinícolas, isto é, os vinhos mais simples que o produtor elabora.
Para entender melhor, leia o artigo completo sobre os Vinhos Reserva e Reservado.
Graduação alcoólica
O álcool contribui para a longevidade do vinho. Quanto mais álcool tiver, mais tende adurar, seja fechado ou mesmo depois de aberto.
Os vinhos com maior teor alcoólico se mostrarão mais quentes e pesados ao paladar.
Vinhos fortificados são os que mais álcool possuem, podendo chegar até 22% vol.
Demais informações encontradas em rótulos de vinho
A seguir você verá outras informações que podem ser encontradas em rótulos de vinho.Estas, não são tão comuns quanto as anteriores, mas merecem ser mencionadas.
Origem de engarrafamento
Esta informação atesta que o vinho foi produzido e engarrafado na própria vinícola ouchâteau.
Algumas empresas negociantes de vinhos compram uvas ou o próprio vinho de algumas vinícolas e fazem seu próprio engarrafamento e rotulagem.
Antigamente esta prática não era bem-vista, já que não havia muito controle do que estas empresas faziam com o vinho após comprá-lo para revenda.
Como alguns destes vinhos chegavam aos consumidores com qualidade bem abaixo do esperado, muitas vinícolas começaram a destacar em seus rótulos que os vinhos eram produzidos em engarrafados na origem, isto é, na própria vinícola.
As menções sobre a origem do vinho mais comuns em rótulos são:
• Mis en Bouteille au Château (França)
• Mis en Bouteille à la Propriété (França)
• Mis en Bouteille au domaine (França)
• Embotellat a la Propietat (Espanha)
• Imbottigliato all’origine (Itália)
• Erzeugerabfüllung (Alemanha)
Idade das vinhas
Videiras antigas tendem a produzir frutos de sabores mais concentrados originandovinhos considerados superiores.
Para agregar maior valor ao vinho, alguns produtores evidenciam esta informação emseus rótulos, geralmente utilizando frases como:
• Vinhas Velhas
• Vieilles Vignes
• Old Vines
• Entre outras
Qualidade do terreno ou reputação da vinícola (Cru)
O termo Cru foi criado na França, mais especificamente na Borgonha, de modo a identificar parte de um vinhedo cujo vinho apresenta determinadas características específicas, safra após safra.
Os terrenos considerados de melhor qualidade, ganharam os nomes Grand Cru e Premier Cru.
Diferente da Borgonha, em Bordeaux o termo Cru é utilizado para identificar os Châteaux de maior reputação.
Fonte de pesquisa: http://vidaevinho.com/como-ler-um-rotulo-de-vinho/